FACULDADE INTERDISCIPLINAR DE HUMANIDADES
BACHARELADO EM HUMANIDADES
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
OS CAMINHOS E DESCAMINHOS DAS MINAS - REFLEXÕES SOBRE MEMÓRIA,
IDENTIDADE E PATRIMÔNIO NA ESTRADA REAL.
Rafael Leão Timo
Diamantina - MG
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA
E MUCURI
FACULDADE INTERDISCIPLINAR DE HUMANIDADES
BACHARELADO EM HUMANIDADES
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
OS CAMINHOS E DESCAMINHOS DAS MINAS - REFLEXÕES SOBRE MEMÓRIA,
IDENTIDADE E PATRIMÔNIO NA ESTRADA REAL.
Rafael Leão
Timo
Orientadora:
Mônica Liz
Miranda
Trabalho apresentado ao Curso de Bacharelado em Humanidades como parte
dos requisitos exigidos para a a sua conclusão.
Diamantina - MG
Novembro de 2011
OS CAMINHOS E DESCAMINHOS DAS MINAS - REFLEXÕES
SOBRE MEMÓRIA, IDENTIDADE E PATRIMÔNIO NA ESTRADA REAL.
Rafael Leão
Timo
Orientadora:
Mônica Liz
Miranda
Trabalho apresentado ao Curso de Bacharelado em Humanidades, como parte
dos requisitos exigidos para a a sua conclusão.
APROVADO em: ____ / ____ / ____
_____________________________
Prof. Dr. Wellington de Oliveira
_____________________________
Prof. Ms. Atanásio Mikonios
______________________________
Profa. Ms. Mônica Liz Miranda
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
ILUSTRAÇÃO 1 - Ruínas da Casa de Máquinas da Usina Hidrelétrica da Boa Vista - Autor /
Acervo Programa Estrada Real - Fevale / Fafidia, 2000.
........................................................ 20
ILUSTRAÇÃO 2 - Entrevista com o Sr. Eli Rodrigues Horta em Itapanhoacanga-MG
- Autor / Acervo Programa Estrada Real ¨C Fevale / Fafidia, 2000.
................................................... 21
ILUSTRAÇÃO 3 - Imagem típica do tropeiro em Córregos-MG - Autor / Acervo
Programa Estrada Real - Fevale / Fafidia, 2000.
.....................................................................................
22
ILUSTRAÇÃO 4 - Sr. Onelvino Coelho. Detalhe dos sinos usados na “égua madrinha” e utensílios de
tropa em Ipoema-MG - Autor / Acervo Programa Estrada Real - Fevale / Fafidia,
2000.
........................................................................................................................................
23
LISTA DE TABELAS:
TABELA 1 – Adaptação
do “Quadro Matriz de visão futura e forças impulsoras e restritivas para a
consolidação da Estrada Real” - FIEMG, 2003.
.......................................................... 10
AUTORIZAÇÃO
Autorizo
a reprodução e/ou divulgação total ou parcial do presente trabalho, por
qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte.
_____________________________
Rafael Leão Timo
rafaeltimo@gmail.com
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM
Rodovia MGT 367 - Km 583, nº 5000 - Alto da Jacuba - Diamantina/MG
OS CAMINHOS E DESCAMINHOS DAS MINAS - REFLEXÕES
SOBRE MEMÓRIA, IDENTIDADE E PATRIMÔNIO NA ESTRADA REAL
Resumo
O
presente artigo pretende apresentar uma breve reflexão sobre a importância da memória e
da cultura para o sucesso do Programa Estrada Real. Para tanto, tomamos como
amostra o trecho compreendido entre os municípios de Diamantina e Ouro
Preto-MG. Pretende-se também, na sequencia dos estudos, fornecer subsídios para
o desenvolvimento de produtos para o segmento do turismo cultural. Neste
trabalho, procuramos demonstrar, preliminarmente, por meio de entrevistas e
referencias bibliográficas, a importância do patrimônio material e imaterial e
o papel social do “tropeiro” no cotidiano da Estrada Real e na formação de um
“elo cultural” que ligava esses diversos espaços sociais. A atividade tropeira
transportava não só as riquezas materiais, mas também a informação e o patrimônio imaterial da região. Neste
contexto, as memórias relativas ao cotidiano da Estrada Real ao longo dos
séculos XVIII, XIX e XX, se tornam fundamentais para a sustentação dos produtos
turístico culturais e encontram na convergência entre produção acadêmica e atividade turística, uma
possibilidade de se restabelecer. Buscamos com este estudo, valorizar esse
acervo histórico, muitas vezes desprezado, como uma forma de revigorar o
sentimento de pertencimento das comunidades e a promoção do engajamento destas
nos processos de planejamento e execução das ações para a efetiva implantação
de um projeto de turismo consistente na Estrada Real. Pretende-se, em estudos posteriores, analisar a figura do tropeiro, de forma a desvendar o papel
deste personagem na história e na cultura da Estrada Real, de Minas Gerais e do
Brasil.
Palavras chave: Estrada Real,
Cultura, História, Turismo.
Summary
The
present article intends to take to the reader an abbreviation reflection on the
importance of the memory and of the culture for the success of the Program
Estrada Real. For so much, we took as sample the space understood between the
municipal districts of Diamantina and Ouro Preto-MG. It is also intended, in
the sequence of the studies, to supply subsidies for the development of
products for the segment of the cultural tourism. In this work, we tried to
demonstrate, through interviews and bibliographical references, the importance
of the material and immaterial patrimony and the social paper of the “tropeiro”
in the daily of the Estrada Real and in the formation of a “cultural link” that
tied those several social spaces. The activity tropeira transported not only
the material wealth but the information and the immaterial patrimony of the
area. In this context, the relative memoirs to the daily of the Estrada Real
along the centuries XVIII, XIX and XX, become fundamental for the cultural
tourist products and they find in the convergence between academic production
and tourist activity, a possibility to recover. We looked for with this study,
to value that collection historical, a lot of times despised, as a form of
invigorating the feeling of the communities' promotion of the engagement of
these in the planning processes and execution of the actions for the effective
implantation of a project of consistent tourism in the Estrad Real. In this
sense, the illustration of the tropeiro should be deeply researched, in way to
unmask this character's paper in the history and in the culture of the Estrada
Real, of Minas Gerais and of Brazil.
Words key: Real highway, Culture, History, Tourism.
1. INTRODUÇÃO
Em abril do ano 2000, foi
comemorado os “500 anos da chegada dos Portugueses ao Brasil” . Paralelamente a este movimento,
estava acontecendo um rompimento entre duas eras distintas e complementares na
história da cidade de Diamantina. Por um lado, a desaceleração da exploração
diamantífera e, por outro, o surgimento de um novo mercado a ser explorado em
função da educação e do turismo.
A cidade comemorava sua recente
elevação à categoria de Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. A antiga
Faculdade Federal de Odontologia se transformava gradativamente no que é hoje a
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, trazendo novos
investimentos para o município e gerando mais postos de trabalho,
principalmente nos setores de prestação de serviços, imobiliário, construção
civil,
entre outros.
A economia da região passava por
mais um processo de transição. A nova ordem que se apresentava insidia
diretamente na economia local, aquecendo um dos setores econômicos mais
importantes do município de Diamantina, a saber, o comércio. Deve-se lembrar que desde o século XVIII a atividade comercial já
apresentava características de destaque na economia da antiga capitania, como destaca MARTINS:
Como já dissemos, a extração de ouro e diamante foi a principal atividade econômica durante o século XVIII. Isso, todavia, não significava que ela ocupou em seus trabalhos a maioria da população, e que não existiram outros setores econômicos importantes. Desde os primeiros anos do povoamento, o comércio ocupou considerável número de pessoas e enriqueceu muitas delas, já que se pagava pelas mercadorias a peso de ouro. Através dele se conseguia obter ouro indiretamente, sem correr os riscos inerentes à empresa mineradora”. (MARTINS : p. 25).
Nesta mesma ocasião, iniciou-se
também a intensa mobilização política, social e midiática em torno do projeto
turístico da Estrada Real. Estes acontecimentos, contribuiram para despertar
nas pessoas a expectativa de melhoria das condições de vida. Estas, passaram a
esperar que efetivamente se estabelecesse uma atividade econômica que pudesse
compensar, as perdas advindas do esgotamento da atividade mineradora, e o
esquecimento causado pelo desuso da Estrada Real em função do surgimento das
estradas de rodagem e dos caminhões.
2. REFLEXÕES SOBRE O PROGRAMA DE INCENTIVO AO DESENVOLVIMENTO DO POTENCIAL TURÍSTICO DA ESTRADA REAL
Considerando o texto da Lei no.
13.173, de 20 de janeiro de 1999, do Estado de Minas Gerais, que dispõe sobre o
Programa de Incentivo ao Desenvolvimento do Potencial Turístico da Estrada
Real, temos o seguinte em relação à sua gestão:
Art. 5º - A Empresa Mineira de Turismo - TURMINAS - é o órgão gestor do Programa Estrada Real, com a assessoria de um Conselho Consultivo composto de 12 (doze) membros e igual número de suplentes, designados pelo Governador do Estado para um mandato de 2 (dois) anos, permitida a recondução.
Art. 6º - Compõem o Conselho Consultivo: I - o Secretário de Estado do Turismo; II - o Presidente da TURMINAS; III - 1 (um) representante da Secretaria de Estado da Cultura; IV - 1 (um) representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; V - 1 (um) representante da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais; VI - 1 (um) representante do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais; VII - 1 (um) representante da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, em Minas Gerais; VIII - 1 (um) representante da Associação Mineira de Municípios; IX - 1 (um) representante do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, em Minas Gerais; X - 1 (um) representante do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais; XI - 1 (um) representante do Instituto Estrada Real; XII - 1 (um) representante de, no mínimo, três Organizações Não Governamentais ligadas aos objetivos do Programa Estrada Real, eleito por colégio eleitoral das interessadas.
Percebe-se no texto acima que a
participação de representantes das comunidades no Conselho Consultivo do
Programa Estrada Real não foi diretamente contemplada. As vagas destinadas aos representante da Associação Mineira de Municípios e das ONG's ligadas aos objetivos da
Estrada Real, não devem ser considerados espaços de expressão das parcelas mais
excluidas da sociedade. Afinal, eles
representam, em geral, o próprio poder público ou a elite econômica existente nas
localidades estabelecidas ao longo da Estrada Real.
Sobre as competências do Conselho Consultivo do
Programa Estrada Real, lê-se:
Art. 10 - Compete ao Conselho Consultivo: I - sugerir planos de ação visando alcançar os objetivos do Programa Estrada Real; II - colaborar com a Secretaria de Estado do Turismo e a TURMINAS na elaboração da proposta orçamentária anual do Programa Estrada Real; III - opinar sobre propostas de convênios e outros instrumentos de interesse do Programa Estrada Real em que haja participação de órgãos ou entidades públicas e particulares; IV - sugerir e opinar sobre assuntos referentes ao desenvolvimento do potencial turístico da Estrada Real; V - assessorar a TURMINAS nos atos de gestão do Programa Estrada Real; VI - oferecer subsídios em questões referentes a compensação financeira, incentivo fiscal ou creditício envolvendo o turismo na Estrada Real; VII - elaborar seu regimento interno.
Art. 11 - É facultado ao Conselho Consultivo ou ao seu Presidente solicitar ou receber sugestões de órgão, entidade governamental ou entidade da sociedade civil sobre questões referentes ao Programa Estrada Real.
Destacamos aqui algumas competências da TURMINAS:
Art. 14 - Compete à TURMINAS, na condição de órgão gestor do Programa Estrada Real, providenciar: I - o levantamento de dados e a organização de pesquisas históricas que possibilitem o mapeamento da Estrada Real em território mineiro; II - a identificação e a divulgação de áreas abrangidas pelo Programa Estrada Real adequadas à prática do turismo e do lazer; III - a pesquisa e a divulgação das manifestações culturais relacionadas com a Estrada Real, especialmente no que se refere ao folclore regional e local;
Ora, como poderia ficar a cargo da
TURMINAS, providenciar “a pesquisa e a divulgação das manifestações
culturais relacionadas com a Estrada Real”, uma vez que a mesma é um órgão
do governo ligado às políticas públicas de turismo e não a atividades
acadêmicas, de pesquisa ou extensão? Como poderia se dar a participação da
academia neste processo, uma vez que a ela não foi assegurada um espaço efetivo
no Conselho Consultivo? Qual seria então
o papel da academia e das comunidades diante da realidade que se desenhava?
Como a TURMINAS poderia providenciar o levantamento e a organização de
pesquisas históricas? Certamente, a esta competência, deveria a TURMINAS
delegar ou terceirizar às universidades presentes no território mineiro.
Atualmente, a TURMINAS foi
incorporada pela COMIG, integrando assim a CODEMIG. Diante dessas mudanças,
ficou a expectativa de como serão direcionadas as ações relativas ao Programa
Estrada Real, depois de resolvidas as questões burocráticas e os entraves
políticos.
Percebendo este problema de ordem
estrutural no Programa Estrada Real, principalmente em relação à sua concepção;
na condição de discente da Faculdade de Filosofia e Letras de Diamantina -
Fafidia, turma de 2000, propus um projeto ao Departamento de História, por meio
professor Antônio Carlos Fernandes, que
visava realizar uma expedição pela Estrada Real.
Tal expedição visava, de forma preliminar, iniciar os
trabalhos de prospecção sobre os aspectos histórico-culturais, socioambientais
e socioeconômicos das regiões influenciadas pelo intenso transito de mercadorias,
pedras e metais preciosos na Estrada Real.
Foi então realizado o trabalho de
campo por meio da chamada “I Expedição Estrada Real - Fevale / Fafidia”, no
trecho da Estrada Real compreendido entre Diamantina e Ouro Preto, entre os dias 22 e 29 de abril do ano 2000, refazendo o percurso do naturalista francês
Auguste de Saint-Hilaire, do antigo Arraial do Tijuco - hoje cidade de
Diamantina - até a antiga Vila Rica - hoje cidade de Ouro Preto, em Minas
Gerais.
O referido projeto se configurou por uma
metodologia de trabalho que abrangeu, entre outras atividades, a realização da
expedição para coleta de dados, que se deram por meio de narrativas,
entrevistas, fotografias e filmagens da região
visitada. Foram realizadas prospecções e estudos referentes à
viabilidade do percurso para fins turísticos. Como resultado, foi feito um levantamento, por amostragem, do
potencial turístico, natural, histórico-cultural e do universo material e
imaterial da região, de relevante interesse para o desenvolvimento do turismo
sustentável na Estrada Real.
Mais de uma década se passou, e as
discussões em torno da Estrada Real se tornaram ainda mais pertinentes, pois
nesse período, foram investidos mais de trinta e sete milhões de reais na
promoção de um produto turístico inacabado e que já apresenta sinais de um
fracasso iminente, como aponta o Jornal Hoje em Dia, na reportagem intutulada
“A mentira da Estrada Real”:
O projeto estrada Real, ambicioso porque pretendia multiplicar emprego e renda através dos investimentos previstos, limita-se agora a um factóide de criação de marketing. O desenvolvimento esperado para dezenas de municípios mineiros através da expeloração do turismo jamais aconteceu. [...] São escassas as informações, mapas ou roteiros que materializem o resgate da época e as explicações sobre a importancia das cidades e seu papel no ciclo do ouro e dos diamantes em Minas.” (JORNAL HOJE EM DIA. Caderno de Economia, nº 7.872, pgs. 10 a 12. 13/06/2010)
Criou-se e comercializou-se uma
“marca” Estrada Real, sem que houvesse efetivamente o envolvimento direto das
comunidades e da academia. O
desenvolvimento dos planos de ação para o fomento da atividade turística
e o devido aproveitamento dos beneficios e incentivos destinados ao Programa
Estrada Real ficaram concentrados, em grande parte, nas mãos de uma minoria.
Além disso, a interpretação superficial dos bens culturais e históricos da
região acabou resultando em equívocos de ordem promocional quase que
irreparáveis.
O resgate dos bens históricos e
culturais da região e a reflexão sobre e o papel das tropas no desenvolvimento
das sociabilidades locais, a importancia da valorização da identidade do
tropeiro e da sua influencia na vida cotidiana pregressa da Estrada Real,
tornam-se, nesse sentido, fundamentais para o sucesso da iniciativa.
3. A QUESTÃO DOS VALORES LOCAIS E DO POTENCIAL TURÍSTICO DA ESTRADA
REAL.
Nesta seção, pretende-se avaliar o potencial turístico da chamada “área
de influência da Estrada Real”, considerando, a priori, o que diz Leno Cerro
(1993):
Os métodos de classificação e inventário dos recursos constituem os primeiros passos na análise do potencial turístico de uma zona, facilitando a identificação daqueles elementos ou atividades que têm certo poder atual ou potencial para atrair a demanda turística. Sem dúvida, o valor real do potencial turístico de uma área não se mede unicamente pelo número de atrativos que reúne, mas também pela qualidade deles. Este é precisamente o objetivo das técnicas de avaliação dos recursos que, como em qualquer outra atividade a planejar, têm como fim básico estabelecer uma medida de valor sobre a qual fundamentar a tomada de decisões no processo planificador (LENO CERRO, 1993, p. 51).
Os Institutos Euvaldo Lodi e
Estrada Real, ambos vinculados à Federação das Indústrias do Estado de Minas
Gerais -
FIEMG,
em parceria com o Governo do Estado de Minas Gerais, apresentaram no ano de 2003 o Perfil do Potencial
Turístico da área de influência da Estrada Real (FIEMG-2003). Neste documento,
encontramos informações que indicam não só as potencialidades, mas os desafios
e necessidades para a consolidação da Estrada Real como destino turístico. São
propostas, também, ações pontuais para tal consolidação, conforme a tabela a
seguir:
Imagem-objetivo:
ñ Visão econômica:
Realizar o potencial de multioferta turística do
complexo Estrada Real, como o maior destino do turismo interno brasileiro,
vitalizando as infraestruturas e os serviços públicos, promovendo o
desenvolvimento dos agentes empresariais, gerenciando mecanismos eficazes de
promoção e controle da qualidade dos serviços e promovendo a imagem da
região.
ñ
Visão
sociocultural:
Consolidar
o empreendimento turístico como meio de realização social, econômica e
cultural das comunidades e pessoas da área de influencia da Estrada Real.
|
Objetivos:
ñ Aumento da demanda por novos destinos turísticos e
por modernos práticas de esporte, entretenimento e lazer;
ñ Maior presença de pessoas da terceira idade em
eventos e programas turísticos, esportivos e culturais;
ñ Maior valorização dos bens históricos, culturais,
artísticos, naturais e artesanais;
ñ Necessidade de diversificação da atividade econômica
da região em razão da perda de competitividade em setores tradicionais, como
a agropecuária e a industria;
ñ Progresso das políticas macroeconômicas de melhoria
da distribuição de renda;
ñ Aumento da função serviços na formação do produto e
da renda nacionais.
|
Ameaças:
ñ Não existem ameaças concretas que possam
inviabilizar o empreendimento Estrada Real, mesmo porque não há similar no
Brasil de um complexo histórico, cultural e natural que reúna tão marcantes
fatos, conquistas e valores nacionais como este.
|
Tal quadro trata de um “macro”
planejamento que considera, prioritariamente, as necessidades diretamente
ligadas às políticas públicas voltadas para a infraestrutura necessária à
atividade turística. As questões relacionadas às necessidades locais mais específicas
aparecem de forma subjetiva, o que vai de encontro ao conceito de
desenvolvimento sustentável que trataremos adiante. Esse planejamento foi formatado por uma
empresa de consultoria, contratada com o fim específico de atender a uma
demanda do estado para a construção do “produto turístico da Estrada Real” e,
ademais, afirma que:
Não existem ameaças concretas que possam inviabilizar o empreendimento Estrada Real, mesmo porque não há similar no Brasil de um complexo histórico, cultural e natural que reúna tão marcantes fatos, conquistas e valores nacionais como este (FIEMG: 2003, p.91).
É certo que as incontáveis
potencialidades do destino garantem a viabilidade do “empreendimento Estrada
Real”. Contudo, percebemos que tal afirmação pode ser refutada com
considerações feitas em outro diagnóstico, realizado quatro anos depois do
primeiro, também encomendado pelo governo do Estado e o Instituto Estrada Real,
que diz o seguinte:
Verifica-se que existe matéria prima para o desenvolvimento de roteiros mais longos, mas muitos atrativos possuem problemas de acesso e de infraestrutura, sendo a interpretação dos valores da região, sejam naturais ou culturais incipientes. Apesar de uma boa rede de áreas protegidas, identifica-se que o destino possui uma base frágil de sustentabilidade. (MINAS GERAIS / SECRETARIA DE ESTADO DE TURISMO / FIEMG / EPLER WOOD, 2007, p.05. Grifos nossos)
Ressalta-se que
há de
se considerar que o desenvolvimento e a viabilidade do “empreendimento Estrada
Real” se encontra, no mínimo, ameaçada. Sem dar a devida atenção à questão do resgate,
interpretação e valorização das identidades culturais estabelecidas ao longo da
Estrada Real, os responsáveis pela gestão do Programa, negligenciaram a
participação da academia e das comunidades locais. Contudo, ao mesmo tempo, eles consideram que “[...]
Há a necessidade de renovação da imagem do destino e dos produtos turísticos.” (Pg. 05), e desenvolver ações para tentar “salvar” o
destino diante do mercado consumidor do turismo.
4. A QUESTÃO DA MEMÓRIA, DA IDENTIDADE E DO PATRIMÔNIO NA ESTRADA REAL: REALIDADES REVISITADAS.
Na atualidade muito se tem falado sobre
sustentabilidade. O termo vem sendo constantemente usado na mídia, nas
empresas, entre outras, numa perspectiva global.
Será adotada a interpretação de Augusto de Franco para o presente
estudo, que afirma:
Desenvolvimento é um movimento pelo qual determinada comunidade consegue afirmar sua própria identidade coletiva. O desenvolvimento é sempre o aparecimento do que não existe, é uma fórmula nova, que cada localidade deve encontrar para se expressar no mundo. Mas é preciso que as pessoas aprovem isso, tenham orgulho de pertencer àquela comunidade e gostem de viver ali. (FRANCO:2003, p. 102).
Resgatar
e valorizar as identidades coletivas se torna fundamental pois “[...] se não
podemos nos conhecer como aquilo que somos, não podemos sonhar com aquilo que
desejamos”.(FERNANDES:2000) para o desenvolvimento sustentável do turismo
na Estrada Real. Neste contexto, a figura do tropeiro, a realidade dessa
atividade durante os séculos e a sua importancia no cenário histórico e
cultural de Minas e do Brasil, se apresenta como exemplo principal para
ilustrar as nossas considerações e sustentar nossas pretenções. Nessa perspectiva, a oralidade, torna-se essencial para essa “manutenção” cultural.
Corrobora para a nossa afirmação o texto abaixo que afirma:
Todos nós, que vivemos em cidades, temos nelas pontos de ancoragem da memória: lugares em que nos reconhecemos, em que vivemos experiencias do cotidiano ou situações excepcionais, territórios muitas vezes percorridos e familiares ou, pelo contrário, espaços existentes em um outro tempo e que só tem sentido em nosso espírito porque narrados pelos mais antigos, que os percorreram no passado. Estes espaços dotados de significado fazem, de cada cidade, um território urbano qualificado, a integrar esta comunidade simbólica de sentidos, a que dá o nome de imaginário. Mais do que espaços, ou seja, extensão de superfície, eles são territórios, por que apropriados pelo social. (PESAVENTO:2007, p.1 ).
Para
isso, foram realizadas entrevistas preliminares no ano 2000, durante a “I Expedição Estrada
Real - Fevale / Fafidia”, que indicam evidencias sobre a realidade local dessas
comunidades em relação à preservação das identidades locais. O referido
material destaca as lembranças e esquecimentos, sociabilidades mantidas,
alteradas e recriadas, ritmos, tempos e contratempos e parte dele será usado
como exemplo a seguir.
De
todas as entrevistas realizadas naquela ocasião, foram destacadas duas de maior relevância para a produção
deste estudo. A primeira, com Maria das
Graças Leão (Gracinha), então proprietária da “Pousada do Tropeiro”, em
Curralinho -MG (Extração), distrito do município de Diamantina-MG, e
a segunda com o Eli Rodrigues Horta, ex-tropeiro, em Itapanhoacanga –
MG.
Questionada
sobre o interesse que levou a empresária a investir em uma pousada em
Curralinho e sobre a escolha do nome do estabelecimento comercial, a mesma
respondeu:
Ó... a Pousada do Tropeiro partiu assim, da necessidade que eu senti em acolher o turista aqui no Curralinho. Eu já frequento aqui há vários anos da minha vida, e como eu gosto muito, me chama muito a atenção esse lado do tropeiro, como aqui já foi passagem das tropas e também, por que as pessoas, assim, chegarem no lugar e ter onde comer, comida caseira no fogão “de lenha”, quitanda, a gente serve aqui, quitanda toda caseira, é... a gente procura tudo o que tem aqui na região mesmo, para servir para os hospedes, e ele ter um lugar tranquilo***Na verdade aqui existia um rancho de tropa, existia né, antigamente o rancho de tropa. Como esse rancho foi destruído, então, nós fizemos da casa um lugar onde as pessoas pudessem vir e chegar, comer um tropeiro, comer uma galinha caipira é o que eu te falei, mas, realmente, aqui tem a história sim, tem a história, tem as panelas que os tropeiros usavam (...).
A
entrevistada, ao afirmar que a localidade já servira como rancho de tropas, nos
levou a recorrer à historiografia para buscar algum indicio que pudesse
comprovar a relevância dessa informação. Ao comparar
com os relatos dos viajantes do séc. XIX, verifica-se alguma consistência histórica na
fala da entrevistada. Tanto a entrevistada quanto os viajantes denunciavam a reminiscência de uma situação que perdura
desde os tempos áureos da exploração diamantífera até os dias de hoje. Ou seja,
a ligação do espaço geográfico pela
atividade mineradora e tropeira se tornou um legado de esquecimento e abandono,
como já prenunciava assim Saint-Hilaire:
(...) chegamos a um serviço de diamantes chamado Curralinho, por que ali havia outrora um cercado para animais. As casas dos negros e dos feitores, semelhantes às de Rio Pardo, são construídas sem ordem, à margem de um riacho, também chamado Curralinho. Este riacho não fornece mais diamantes; entretanto, ainda se descobrem pedras preciosas fora de seu leito, a pouca distância de suas margens. Não havia ninguém em Curralinho quando ai passamos; os negros deste serviço haviam sido enviados aos de Linguiça e Mata-mata. (SAINT-HILAIRE:1817, p. 35).
Na
sequencia da entrevista, ao ser questionada sobre a existência de um algum
movimento em relação a educação histórica, patrimonial e ambiental para as crianças
da localidade, destaca-se a seguinte informação:
Não...eu teria vontade, junto com as professoras locais de fazer um trabalho sobre isso, não só nesta área de tropeiro, de tropa, mas como na área de música sabe, criar uma “bandinha”, criar alguma coisa, e até mesmo uma horta comunitária por que eu tenho muita dificuldade aqui de verdura, dessas coisas...a gente tem que criar mesmo, a quitandeira, fazer os fornos, isso pra mim é importantíssimo, é fundamental.
Cientes
que tais propostas só poderiam ser concretizadas quando do apoio das
autoridades legalmente estabelecidas e das instituições de pesquisa e ensino, a
entrevistada ressaltou a situação de abandono:
(...) e aqui o que mais precisa é apoio, apoio das autoridades, sabe, a gente aqui, a comunidade foi abandonada, na verdade (...) foi esquecida (...) o Curralinho foi um dos distritos mais ricos de Diamantina, aqui existia cinema, banda de música, o comércio altíssimo, aqui vendia sedas puras, o comércio aqui era rico, as pessoas saiam de Diamantina pra comprar aqui em Curralinho, e a (...) o nome de Extração foi justamente por causa da extração do diamante, tinha, assim, corria muito dinheiro na verdade, só que as mineradoras que passaram por aqui, sempre levavam os diamantes.
Ainda
procurando indícios que pudessem confirmar as informações relativas ao período
mais abastado daquela localidade, foi
encontrado um exemplo do patrimônio material
local, uma possibilidade que indicava que ali outrora existiu investimentos em
tecnologia para incremento das atividades econômicas. Ou seja, a presença das ruínas da casa de
máquinas da Usina Hidrelétrica da Boa Vista, considerada a primeira da América
Latina2. Esta se apresentou como um potencial atrativo turístico
não explorado, e que remete à importância da região no cenário mundial da
época, como nos apresenta TIBÃES[3]:
Um ofício datado de 17 de junho de 1883, do prof. Claude Henri Gorceix, Emérito Diretor da Escola de Minas, de Ouro Preto, diz: “...daqui a alguns dias, estarei no Ribeirão do Inferno, onde o Sr. De Bovet serve-se de eletricidade em grande escala, para manobra de suas máquinas de extração de cascalho. A Usina do ribeirão do Inferno (Usina da Boa Vista).
Sobre
a existência desse monumento local, a entrevistada ainda destacou o esquecimento e o abandono por
parte da comunidade:
ninguém tem conhecimento, tanto que esse fato, nós é que trouxemos pra cá, tiramos até umas fotos pra mostrar pras pessoas e passar essa informação, por que ninguém tinha conhecimento disso...e tanto que as ruínas, as ruínas da hidrelétrica, “tá” abandonada!...”pros” turistas chegarem lá, tem de andar muito, não existe estrada, não existe nada, “tá” lá as ruínas abandonadas.
Diante
da situação de abandono e descaso, tanto por parte da comunidade local quanto
por parte do poder público, descrito pela entrevistada, preocupa as
condições de vida dos jovens da comunidade. Sem um
sentimento de identidade e pertencimento, diante das condições escassas de
trabalho e renda, a evasão destes jovens do local e a migração para os grandes
centros urbanos torna-se inevitável.
Em Itapanhoacanga, foi entrevistado Eli
Rodrigues Horta, morador local e ex-tropeiro que
quando foi perguntado se já ouvira falar de algo sobre a Estrada Real,
respondeu o seguinte:
(...) não senhor!...é, nós acompanhamos esses que vieram[4], encontramos com eles em Tapera, viemos com eles até aqui, depois acompanhamos eles até Mato Grosso, de Mato Grosso subiram para Diamantina e nós voltamos para cá...***...nunca ouvi falar!”
Quando questionado em relação a
atividade tropeira, o entrevistado relatou
(...) ah, a tropa aqui, Itapanhoacanga era, quando tinha tempo de tropa aqui, as coisas que transportava no lombo de burro ia pra Diamantina, ia aqui pra Dom Joaquim, para esses meio aqui, Conceição “de” Mato Dentro, esses meio aqui. Era tudo, quando não tinha estrada de carro, aqui tudo transportava no lombo de burro, daqui pro Serro...eu mesmo fui tropeiro muito tempo*** (...) ah, levava, transportava daqui é, pinga, transportava café, vinha por aqui pegava café em coco*** (...) Nessas região, limpava café, transportava ele pra fora no lombo de burro até lugar de caminhão pegar, tudo era no lombo de burro.
A
historiografia recente aponta a estreita relação do tropeirismo com as
comunidades da Estrada Real, desde os seus primórdios até os dias atuais. Sobre
o surgimento e consolidação deste movimento na capitania das Minas Gerais no
século XVIII e XIX, MARTINS diz o seguinte:
Uma rede de comercialização e distribuição de produtos, os tropeiros, bastante ampla, desenvolveu-se, interligando as várias vilas das Minas Gerais e colocando a Capitania em contato com o Rio de Janeiro. [...] Alimentando com mercadorias as lojas e vendas havia um fluxo intenso de tropas pelos caminhos de Minas. Pelo caminho do São Francisco chegavam às Minas principalmente gado e mesmo escravos vindos do Nordeste. Pelo Rio de Janeiro chegavam fazendas, gêneros e escravos em grande quantidade. Por Taubaté chegavam gêneros diversos. Do sul do Brasil, através da feira de Sorocaba, chegavam fazendas, muares para os tropeiros e para o trabalho nas minas. Minas exportava ouro e diamantes para o porto do Rio de Janeiro, de onde recebia azeite, bacalhau, trigo, manufaturas, armas, pólvora e ferragens. A cena típica do século XVIII era o tropeiro, com sua tropa de 30 a 50 mulas carregadas, percorrendo rotas fixas e promovendo a consolidação do mercado interno da Colônia. (MARTINS:2001, p.22-26
).
Sobre as maneiras que se
desenvolviam as atividades tropeiras na época do Sr. Eli, foram descritas assim:
(...) nós "trabaiava" com doze burros e o cavalo de madrinha (...) tropa boa*** forçosa!*** (...) é, tirava daqui no Serro...trinta quilômetros!***mas antigamente era mais dificuldade, e estar vindo era mais difícil *** (...) já toquei tropa pra Dom Joaquim, aqui pro Serro, pra Conceição “de” Mato Dentro, mas pra Diamantina não (...) cheguei perto (...)
Os
relatos apresentados pelo Sr. Eli vão ao encontro das afirmações feitas por
Marcos Lobato Martins:
A tropa era composta de uma égua, a “madrinha”, que não carregava mercadorias, levando apenas um sino no pescoço para guiar os burros de carga. [...] O primeiro burro da tropa era o “dianteiro” e o último o “culatreiro”. O dia dos tropeiros começava por volta das 3 horas da madrugada e terminava à tarde, com a tropa percorrendo cerca de três léguas (20 km). Ao final da jornada, os tropeiros paravam nos pousos locais ao longo dos caminhos onde os tropeiros e os animais se alimentavam e descansavam.” (MARTINS:2001, p. 26,27 ).
5. CONCLUSÃO:
Diante
das situações descritas neste estudo, conclui-se que o Programa Estrada Real é uma possibilidade que
não pode ser desprezada ou negligenciada. Há de se considerar os investimentos
já realizados e as expectativas criadas, as oportunidades reais de
geração de trabalho e renda e a importancia social que este programa pode
representar para as comunidades. Neste estudo,
propõe-se o seguinte desafio: buscar junto à universidade e ao poder público estabelecido, às
comunidades e às empresas de turismo, as formas e meios necessários para o
efetivo resgate e valorização da cultura e do patrimonio. Para tanto, deve ser
destacado e devidamente valorizado o papel do tropeiro e das tropas no cenário
regional e nacional, como forma de se criar uma identidade coletiva que dê
sustentação às iniciativas e investimentos em torno do produto turistico da
Estrada Real ou outro órgão da administração pública de Minas.
Nesse
sentido, o presente artigo se apresenta como um “catalizador” para as
discussões sobre o tema, abrindo um caminho de possibilidades. Tanto para a
produção do conhecimento específico sobre a história e a cultura de tropas na
Estrada Real, bem como para o engajamento das comunidades e o desenvolvimento
de produtos para o tursimo cultural na região, faz-se necessária a participação
direta da academia e das comunidades no Conselho Consultivo do Programa Estrada
Real.
Em face disso, ressalta-se que deve ser mais efetiva a liderança e coordenação do Programa
por parte da TURMINAS ou outro órgão da administração pública do Estado de
Minas Gerais.
Deve-se reconhecer que
ainda há muito a ser feito para que efetivamente sejam alcançadas as pretenções até agora
apresentadas. No entanto, apesar de todos os problemas elencados, destaca-se que os esforços empreendidos até o
presente momento não foram de todos em vão. Ao serem retomadas as reflexões em torno do Programa
Estrada Real, assume-se o nosso papel social enquanto produtores
de conhecimento e a contribuição para valorização dos bens patrimoniais
(materiais e imateriais), histórico-culturais e naturais da região. A estrada é só estrada, estática,
imóvel. O que faz a estrada é o percorrer, o movimento.
6. REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Ministério do Turismo. Plano
nacional do turismo; diretrizes, metas e programas 2007-2010. Brasília, 2003.
FERNANDES, Antônio Carlos. Contribuições
da FEVALE / FAFIDIA para a construção dos Marcos Teórico-metodológicos do
conceito histórico/turístico da Estrada Real; Diamantina -MG : FAFIDIA, 2000.
________________________. Palestra ministrada no I Seminário Rede de Cidades :
Prefeitura de Itabira : Fevale / Fafidia. Itabira, 2000.
________________________. Projeto “I Expedição Estrada Real” - FAFIDIA /
FEVALE. Diamantina - MG, 2000.
FIEMG. Perfil do potencial
turístico da área de influência da Estrada Real. Belo Horizonte, Tamóios Editora
Gráfica, 2003.
99p.
FRANCO, Augusto de. Pobreza e desenvolvimento local = Pobreza & desarrolllo local /
Augusto de Franco ; tradução de Maria Mercedes Quihilaborda Mourão, Susie
Casement Moreira. - Brasília : ARCA Sociedade do Conhecimento, 2002.
LENO CERRO, Francisco. La
evaluación del potencial turístico en un proceso de planificación: el Canal de
Castilla. Estudios Turísticos, Madrid, n.116, p. 49-85, 1992.
MARTINS, Marcos Lobato. Da bateia à enxada; Minas Gerais nos séculos XVIII e XIX. Diamantina:
FAFIDIA. 2000.
MINAS GERAIS. SECRETARIA DE ESTADO DE TURISMO. Diagnóstico
turismo de natureza. Destino: Serra do Cipó. Estrada Real. Minas Gerais.
Brasil.
FIEMG / Eplerwood International. Belo Horizonte, 2007.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História,
memória e centralidade urbana. Nuevo mundo, Mundos Nuevos, Debates,
2007, [En línea], Puesto em línea el 05 janvier 2007. URL: http://nuevomundo.revues.org/index3212.html. Consultado el 24 mars 2009.
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viajem ao Distrito dos Diamantes e litoral do Brasil. São Paulo: Edusp, 1974.
Sites consultados:
www.estradareal.com.br
www.estreal.hpg.com.br/index.htm
http://www.turismo.gov.br
2. Figuras:
Figura 1 - Ruínas da Casa de Máquinas da Usina Hidrelétrica da Boa Vista.
(Curralinho), Diamantina – MG.
Autor / Acervo Programa Estrada Real - Fevale / Fafidia. 2000
Figura 2 - Entrevista com o Sr. Eli Rodrigues Horta em Itapanhoacanga-MG.
Autor / Acervo Programa Estrada Real - Fevale / Fafidia.
Figura 3 - Imagem típica do tropeiro em Córregos - MG.
Autor / Acervo Programa Estrada Real - Fevale / Fafidia.
Figura 4 - Sr. Onelvino Coelho. Detalhe dos sinos usados na “égua madrinha” e utensílios de tropa em Ipoema - MG.
Autor / Acervo Programa Estrada Real - Fevale / Fafidia.
[1] UFVJM.
Faculdade Interdisciplinar de Humanidades. Aluno da disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso - TCC, turma 2011, do Curso de Bacharelado em Humanidades.
E-mail: rafaeltimo@gmail.com
[2] UFVJM.
Faculdade Interdisciplinar de Humanidades. Departamento de História. Mestre em
História Social pela UFMG. Professora da Disciplina Trabalho de Conclusão de
Curso - TCC, turma de 2011, do Curso de Bacharelado em Humanidades. E-mail:
monicaliz2002@yahoo.com.br
2 BIBLIOTECA DO EXÉRCITO. A energia
elétrica no Brasil, da primeira lâmpada à Eletrobrás. Editora Publicação 474 -
Coleção General Benício, Volume 154, Rio de Janeiro, 1977. pg. 54-55. Nesta
matéria, está registrado que Diamantina, em 1883, foi a primeira cidade a fazer
o aproveitamento hidroelétrico para uso privado no Brasil. Citado em:
TIBÃES,
Conceição Duarte. O Artífice Jonh Rose, um Inglês em Diamantina, 2001. [3]
Idem - Referencia à “Boa Vista Mining Company” - Artigo
“Primórdios da Geração Hidroelétrica” - Revista Mundo Elétrico (1964, pg. ?).
[4] Expedição “Spix e Martius”, idealizada
pela Funivale e realizada pela Tropa Serrana de Nova Lima-MG de 10/07 (saída de
Ouro Preto) a 01/08/1999 (Chegada a Diamantina). Fonte: Jornal “O Estado de
Minas”, 05/08/1999, pg?)